quarta-feira, 31 de julho de 2013

Gentileza gera Gentileza

           
         Ontem eu estava a caminho do trabalho dentro do ônibus e me aproximei da porta, pois estava perto do ponto onde eu ia descer aí, percebi que o cadarço do meu tênis estava desamarrado, mas naquele momento não dava para amarrar, em pé com o ônibus em movimento essa tarefa simples fica bem difícil. Ao meu lado, de pé, estava um senhor que deveria ter por volta de 70 anos, cabelo branco, pele rosada e olhos azuis, ele me disse: "Você viu que seu cadarço tá desamarrado?", respondi que sim e que amarraria quando eu descesse, depois agradeci. Ele me perguntou se poderia amarrar pra mim, eu agradeci novamente meio encabulada, mas disse que não precisava. Isso nunca havia me acontecido antes, achei tão educado e tão gentil. Ele não pediu para amarrar porque não acreditava em minha capacidade, mas pelo simples fato de querer ajudar.
           
           É raro ver uma atitude dessas no cotidiano das grandes cidades onde as pessoas estão sempre correndo e nem se importam umas com as outras, pode parecer uma bobagem, mas uma atitude tão simples me deixou mais contente naquele momento, ajudou a acreditar que apesar de tudo existem pessoas boas, eu já acredito nisso, mas ter uma prova é melhor ainda.
                Uma atitude de gentileza por menor que seja pode melhorar o dia de quem recebeu e incentivá-lo a ser gentil com outras pessoas, um elogio verdadeiro, palavras de incentivo, um abraço ou simplesmente um: "tenha um bom dia (tarde ou noite)" dito de maneira carinhosa podem fazer a diferença.

          Como podemos ajudar os outros com gestos simples? Oferecendo o lugar no ônibus para alguém que necessita mais, oferecendo alimento pra quem tem fome, conversando com alguém que está aflito, estendendo a mão a quem pede, e de muitas outras maneiras, acredito que todos sabemos como podemos ser úteis. Sei que nem sempre estamos dispostos a isso e também, muitas vezes, vivemos no "modo automático" e nem reparamos o que acontece ao nosso redor, mas tanto o bem quanto o mal circula pelo mundo e uma ação sempre volta seja ela boa ou má, quando oferecemos gentilezas elas sempre retornam, da mesma forma que toda grosseria  tem volta. O melhor é não esperar retribuições, o mundo precisa de mais pessoas querendo amarrar o cadarço das outras, o mundo é feito por nós, então, se queremos que ele mude, vamos mudar. Eu topo e você?

domingo, 28 de julho de 2013

Não acredite neles



" Mas é claro que o sol vai voltar amanhã

Mais uma vez, eu sei

Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã

Espera que o sol já vem" .

(Trecho da música: "Mais uma Vez" do Renato Russo)

      É, ele sempre volta, independente de nossos medos e discordâncias com a vida, o sol sempre voltará e tudo na vida é assim, as coisas acontecem naturalmente, a vida segue seu curso harmonicamente mesmo que não acreditemos, mesmo que não percebamos  e as coisas nas quais acreditamos também acontecem sejam elas boas ou más, por isso, precisamos acreditar no bem sempre, no melhor para nós, pois a vida trabalha para nos ajudar a possuir aquilo que mais pensamos e agimos para conseguir, se nossos pensamentos e atitudes permanecem em negatividade é isso que teremos na vida.
      Nós mulheres temos uma tendência em não acreditar em nosso potencial e acreditar em quem nos critica e desestimula, homens geralmente são mais confiantes e estimulados para conquistar o que almejam e eles só tem a ganhar com isso. No livro: " Faça Acontecer" de Sheryl Sandberg a autora nos mostra como isso é verdade:
"...Vários cientistas sociais observaram que, quando os integrantes de um grupo são informados de um esteriótipo negativo, é mais provável que se comportem de acordo com aquele esteriótipo. Por exemplo, segundo os esteriótipos, os meninos são melhores em matemática e ciências do que as meninas. Quando as meninas são lembradas do sexo a que pertencem antes de uma prova de matemática ou de ciências, mesmo por algo tão simples quanto marcar o quadradinho indicando M ou F no alto da página, elas se saem pior".
       Somos muito sugestionáveis, por essas e outras que não devemos acreditar neles, e quem são eles? Todos aqueles que nos diminuem com suas palavras, quem nos mostra só o lado negativo das situações, aqueles que não crêem nas diversas possibilidades que a vida proporciona, nos que falam para nos diminuir. Nós podemos tudo o que quisermos mesmo que nossa cultura, nossa sociedade ou nossa família diga o contrário. O poder de fazer já está conosco, mas somente nós mesmos podemos colocá-lo em prática.

     Nós mulheres somos criadas de maneiras diferentes dos homens, geralmente eles são criados para serem corajosos e vencedores, nós ouvimos muito que devemos ser educadas e cautelosas, não podemos brincar de carrinho nem jogar bola e quando crescemos, muitas vezes, temos medo de dirigir e não vamos muito bem no futebol (isso não é regra, mas acontece com frequência) . Tudo isso, porque acreditamos no que nos disseram, acatamos as imposições sem questionar, será que isso valeu a pena? Eu acredito que não! Sei que exitem ótimas motoristas e mulheres que gostam e jogam muito bem futebol, mas essas são aquelas que não acreditaram neles.
     Acreditemos em nossos sonhos e projetos com tanta fé como a que temos que o sol voltará a nascer no dia seguinte e assim, esses desejos se realizarão com tanta beleza quanto a que vemos no espetáculo do nascer do sol. Trabalhe para isso, vale a pena!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Os Papéis Sociais


 
        Essa imagem pode ser polêmica e engraçada, pra algumas pessoas pode ser impossível essa cena tornar-se realidade, mas o contrário é tão comum quanto andar pra frente e ninguém acharia estranho.

      Vamos pensar um pouco... quem inventou os papéis de homem e de mulher? Bom, dizem que esses papéis vieram lá da idade da pedra e cada um agia de acordo com os seus instintos e suas habilidades, o homem era o provedor, caçava e protegia a família e a mulher colhia frutos e cuidava da prole. Tudo bem, até aí eu entendo, era a necessidade da época, mas os seres humanos, o planeta e tudo mudou, fomos nos adaptando com outras realidades e porque os papéis não podem mudar ou se adaptarem às situações atuais? Com as mudanças na sociedade, na família e as dificuldades orçamentárias, a mulher que há algum tempo atrás não podia trabalhar fora de casa teve que aprender os ofícios tipicamente masculinos, aprendeu e os tem realizado com primor, e o homem não pode desenvolver atividades que dizem ser tipicamente femininas? O machismo que impera em nossa cultura os impede disso, mas eu tenho uma notícia bombástica: o órgão genital masculino não cai quando o homem arruma a casa, cuida dos filhos ou desenvolve qualquer outra função que costuma ser feminina o máximo que pode acontecer é ele se tornar um bom marido, um ótimo pai e um grande homem.

       Sei que muitos homens não atuam nos afazeres de casa porque as mulheres não deixam (mães, esposas, companheiras, irmãs, avós, etc), não são bons pais porque não tiveram a oportunidade e nem aprenderam a ser, e isso é lamentável, quem cria os homens são as mulheres e mesmo reclamando do machismo que sofreram de seus pais e maridos, criam seus filhos para ser tão machistas quanto. É incoerente essa atitude, mas é a mais pura realidade e para isso mudar, para o machismo acabar, a mudança precisa partir das mulheres.

         Homens e mulheres devem ter a mesma responsabilidade na criação dos filhos, principalmente quando ambos trabalham fora, as duas partes também devem responsabilizar-se pela limpeza, organização, manutenção e conservação da casa, se ela também trabalha fora, porque ele pode chegar e se jogar no sofá enquanto ela lava, passa, cozinha, dá banho nas crianças, toma banho e ainda tem que ir se deitar disposta? Ela não cansa? Não sei como pode-se pensar que a mulher é obrigada a tudo isso. Algumas mulheres gostam de viver assim, aí é a escolha de cada uma, mas seria muito bom que respeitassem aquelas que não querem e não agem dessa forma. Esposa que pede ao marido igualdade nos afazeres, não é folgada, é consciente da importância de haver uma parceria entre o casal, ninguém tem que explorar ninguém, ambos devem se ajudar reciprocamente. Da mesma forma que ela pode ajudar no sustento da casa ele pode lavar a louça, fazer a comida, cuidar das crianças e etc. É tudo uma questão de dividir, sem sobrecarregar nem um nem outro. Também sei que dizem que homens não sabem fazer isso, não conseguem fazer aquilo e "blá blá blá", um monte de desculpas, mas podem aprender, isso se as mulheres permitirem e eles se empenharem, ninguém nasce sabendo. Não é porque sou mulher que nasci com uma parte do meu cérebro com todas as informações de como cuidar de uma casa e de uma criança, ou então, nasci faltando essa parte.

       Tudo tem avançado, mas a parte de relacionamento humano parece que foi a que menos avançou, se houvesse mais colaboração entre homens e mulheres tudo se tornaria mais fácil beneficiando a todos, não quero ter um discurso feminista (da maneira negativa que veem o feminismo), acredito em um feminismo que lute pela igualdade, as mulheres já conquistaram muito e conquistarão ainda mais quando conseguirem caminhar em parceria com os homens. Eu almejo mais companheirismos e menos rivalidade, cada um contribuindo com suas habilidades é muito bom, e vencer as próprias limitações pra contribuir com o outro é melhor ainda. E que tudo ocorra de maneira tranquila e sem traumas.

domingo, 21 de julho de 2013

Nadar Contra a Maré





Como diria o Renato Russo:

“Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês
Nos empurraram como os enlatados
Dos U.S.A., de nove às seis...” (trecho da música: “Geração Coca-cola”)

Costumamos receber tudo o que nos enviam, nos oferecem ou nos impõem, sem questionar nem refletir antes de acatar as ordens e, às vezes, achamos que fazemos diferente, mas na verdade, fazemos igual e criticamos quem faz diferente.
Ser diferente, pensar diferente, fazer diferente é difícil e tem seu preço. Corre-se o risco de não ser aceito, de não dar certo, de não agradar e, geralmente, nos preocuparmos muito mais com o que os outros vão pensar do que com o que realmente é importante pra nós. Mas acredito que as pessoas que ousam ser diferente, respeitando os próprios princípios e fazendo o que gostam, são as mais felizes. Elas dão o que falar e acredito que sofrem por isso em alguns momentos, mas os ganhos são maiores do que as perdas.
Somente os corajosos nadam contra a maré e não se deixam levar pelas ondas do mar, porque pra isso tem que nadar com mais força e, muitas vezes, nadar sozinhos, mas o preenchimento de algumas lacunas internas vale a pena. Por que todos tem que ser iguais? Por que seguir os padrões estabelecidos sei lá por quem? Regras de convivência em sociedade são extremamente importantes, mas não seguimos apenas elas, e tem gente que segue padrões estabelecidos e se esquece das regras que são realmente necessárias. Seguimos paradigmas que nem fazemos ideia de onde vem e pra quê? Pra passarmos a vida toda fazendo o que não gostamos e depois culpar os outros? Sinceramente, não vale a pena. E a culpa, não é dos outros, a responsabilidade é de quem as aceita.
Não quero mais, quero nadar contra a maré, acredito que já nado, em alguns aspectos da minha vida, mas quero nadar ainda mais, sem medo, sem preconceito e com alegria. Lembrei-me de mais um trecho de música, desta vez do Caetano Veloso:

 “Caminhando  contra   o vento
  Sem  lenço  e sem documento
  No   sol   de quase dezembro
  Eu vou...” (Trecho da               música:  “Alegria, Alegria”)

Chega de ignorância e temor, ousar mais, sonhar mais e realizar mais, que é o mais importante, devem ser maiores do que o receio, a preguiça e a timidez. Porque tudo isso implica em viver melhor. E que cada um descubra o que lhe encanta, o que lhe alegra e vá em busca. O autoconhecimento ajuda a encontrar tudo isso, porque assim, encontramos o desconhecido, o eu. Busca eterna e linda.  



sexta-feira, 19 de julho de 2013

Abraçar o mundo

Malala Yousafzai


           O que dizer dessa moça? Tão jovem e tão corajosa. Dizem que orgulho não é um sentimento bom, mas foi o que senti ao saber da história dela. Ela não se conformou com a maneira que a mulher é tratada em seu país e "colocou a boca no trombone", quis mostrar para o mundo as injustiças e absurdos que sofrem as mulheres no Paquistão, mesmo sabendo que isso poderia custar-lhe a vida.
          Conformada é algo que ela não é, ela sabe o valor da mulher, mesmo sua cultura mostrando o contrário. Aquela frase popular não se aplica a ela: "mais vale um covarde vivo do que um herói morto", mesmo tendo sofrido um atentado por causa de sua atitude, acredito que ela não se arrepende do que fez, tornou-se um exemplo a ser seguido e a voz de tantas mulheres exploradas e impedidas de liberdade.
         Mulheres tratadas como objetos, sem direitos e sem voz, é difícil de acreditar, mas até hoje ainda existem muitos países que tratam assim as mulheres, revoltante, triste e inacreditável. Por essas e outras que não podemos permitir que nos impeçam de mostrar todo o nosso potencial, devemos aproveitar as oportunidades, pois mesmo que exista machismo em nosso país, nem se compara com o que vemos em outros lugares e mesmo assim, ainda há muitas mulheres que não acreditam em sua força e em suas capacidades. 
            O importante é mostrar nosso valor como fez Malala, sem precisar mostrar o corpo e nem utilizar nenhum tipo de apelação, ela luta pelo direto das mulheres estudarem, algo tão corriqueiro para nós, ela usa da inteligência e engrandece toda a classe feminina. Sigamos o seu exemplo e que nada possa nos impedir de lutar pelo nosso espaço.  Se eu pudesse dizer algo para essa jovem mulher, eu diria: muito obrigada e continue com o que tem feito, você sim é uma heroína da vida real.

               Para quem se interessa por histórias dessas mulheres sofridas, recomendo um livro muito bom: " A Cidade do Sol" de Khaled Hosseini, o mesmo autor de: "O Caçador de Pipas", que também tem uma bela história.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Indagações...

          Indagar, como nos mostra o dicionário: averiguar, examinar, investigar, inquirir, questionar, perguntar; é isso que pretendo fazer... refletir e buscar soluções para as muitas questões que existem no universo feminino. E mesmo que para algumas não encontremos respostas, o fato de procurar já suaviza o peso de não saber.
        Mulher carrega em si mais do que um mundo, são tantas as habilidades, as qualidades e as possibilidades que fazem dela um ser especial. Quem são essas pessoas fascinantes que choram, riem, gritam, falam, sonham, realizam, temem, são corajosas, teimosas, algumas vezes manhosas, destemidas e muito mais que nem dá pra descrever? 
          Alguns homens as temem, por isso, oprimem e tentam calá-las, mas jamais conseguiram apagar-lhes o brilho, o encanto e a força. Melhor seria se quisessem conhecê-las melhor, teriam muito mais a ganhar; aqueles que assim procedem não se arrependem, pois o aprendizado é único e muito rico. Mulher ensina com emoção, tem o poder de transformar suas lágrimas em vontade de continuar, consegue transmitir confiança e esperança mesmo sem saber que as possui; sabe doar-se e perdoar com maior facilidade que os homens e costuma regenerar-se sem dificuldade e mais rapidamente. Ama mais e com maior intensidade, gosta de adquirir conhecimento, mas geralmente sabe muito pouco de si, gosta de ajudar os outros, mas esquece de si mesma.
           São tantas as descobertas a serem feitas que é difícil saber por onde começar, espero ter sensibilidade suficiente para perceber as necessidades e a partir delas, desvendar os segredos e aprender cada vez mais do universo em que nós mulheres fazemos parte.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Papel da mulher em nossa sociedade



       Desde sempre, na história da humanidade, percebemos que a mulher tem um lugar secundário ao do homem, sei que com o tempo, isso vem mudando, mas ainda falta muito para que os direitos entre homens e mulheres sejam iguais. Eu me pergunto, mas por que isso? Por que simplesmente aceitamos essa condição por tanto tempo? Tá todo mundo feliz assim? O que acham?

Esse Blog começa assim...


Quero conversar com pessoas, assuntos diferentes ou pelo menos, de maneiras diferentes. Sou mulher e tenho muitas perguntas e acredito que muitas mulheres também têm, a respeito de “coisas femininas”. Sei que os homens também fazem parte dessas questões, por isso, são bem vindos ao que quiserem acrescentar às nossas indagações e essas indagações, visam nossas descobertas em relação a nós mesmas. O que querem descobrir? Quais seus medos, receios ou questões que querem discutir? Quero compartilhar esse blog, que as pessoas que a ele acessam, possam fazer parte dele ajudando a construí-lo. Conto com vocês.